sábado, 11 de novembro de 2017

PROJETO LIBRAS, ALFABETIZAÇÃO E INCLUSÃO.

ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA VEREADOR ANTÔNIO ALVES

PROFESSORA: DANIELA MAGALHÃES MILITÃO
INTERPRETE: NÉSIA BEZERRA






LIBRAS, ALFABETIZAÇÃO E INCLUSÃO.







GIRAU DO PONCIANO – AL, 28 DE AGOSTO DE 2017.
MILITÃO, Daniela Magalhães, LIBRAS, ALFABETIZAÇÃO E INCLUSÃO. 2017. Projeto de inclusão. Escola Municipal de Educação Básica Vereador Antônio Alves. Girau do Ponciano – AL, 2017.



RESUMO

É através da linguagem que as pessoas interagem, dessa forma, é correto afirmar que a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais auditivas na escola regular, muitas vezes, encontra obstáculos. Assim, para que ocorra a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais auditivas na escola regular, é importante privilegiar os processos comunicativos dentro desse contexto. Este projeto apresenta o ensino da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS aos alunos ouvintes de uma classe regular do ensino fundamental I, 5º ano, EMEB Vereador Antônio Alves, pretendendo-se a divulgação da língua, a fim de promover a inclusão e a permanência de alunos surdos na escola regular, de modo a assegurar a preparação dos alunos surdos para sua inclusão na sociedade. Constatou-se a importância do aprendizado da LIBRAS, para a inclusão do surdo, como também para ampliar a aquisição de conhecimentos e possibilitar a troca de informações entre todos os participantes do processo inclusivo.

Palavras-chave: LIBRAS - INCLUSÃO.









SUMARIO

3.3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 8
3.4 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 8
3.5 METODOLOGIA ................................................................................................... 9
3.6 TEMPO PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO......................................... 9
3.7 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS .............................................................. 9
3.8 AVALIAÇÃO ......................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................14











INTRODUÇÃO

Este projeto, elaborado e realizado em uma turma de 5º ano, na Escola Municipal Educação Básica Vereador Antônio Alves, Rede Municipal de Girau do Ponciano, estado de Alagoas. O grupo de alunos, com a faixa de idade entre 10 e 12 anos, tem um aluno surdo incluído. A criança surda é acompanhada por uma interprete de LIBRAS, porém tinha dificuldade de interação com os outros alunos da turma por utilizar uma língua diferente. Em contrapartida, o contato com a criança surda e a presença da interprete de LIBRAS na sala despertou nos alunos ouvintes grande interesse em aprender a LIBRAS. A partir dessas constatações foi criado um projeto de ensino de LIBRAS, como segunda língua, para as crianças ouvintes. o objetivo desse projeto é ensinar Libras alfabetizando e ao mesmo tempo incluindo, também demonstrar que é possível a aprendizagem de crianças ouvintes, apresentar de forma prática a comunicação de surdos e auxilia-los na conquista da sua autonomia juntamente no processo de ensino-aprendizagem e enriquecer a literatura sobre surdos e sua comunicação.















2          REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Lei 10.436/2002, regulamentada pelo decreto 5.626/2005:
Art. 15, a educação do aluno Surdo, deve ser feito em LIBRAS e a modalidade escrita [...] como segunda língua para alunos Surdos, devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica, funcional e instrumental.
A inclusão do aluno surdo na escola regular deve contemplar mudanças no sistema educacional e uma adaptação no currículo com alterações nas formas de ensino, metodologias adequadas e avaliação que condiz com as necessidades do aluno Surdo; requer também elaboração de trabalhos que promovam à interação em grupos na sala de aula e espaço físico adequado a circulação de todos (Frias 2010, p.13). O aluno surdo estando na escola cabe ao professor e a escola criar condições para que esse aluno se desenvolva e tenha oportunidades iguais aos alunos ouvintes, mesmo que existam desafios.
  O Bilinguismo é uma proposta de metodologia de ensino que torna acessíveis duas línguas no contexto escolar. A língua portuguesa deve ser instrumental, ensinada como segunda língua, tendo o intuito de propiciar ao aluno Surdo habilidades de leitura e escrita (FREIRE, 1998). O bilinguismo como proposta pedagógica, provoca mudanças no sistema político educacional visando uma aprendizagem e desenvolvimento pleno do Surdo.
Justificado esta proposta pela necessidade de se buscar uma educação igualitária, favorecendo o aluno acesso aos conteúdos escolares.
Vygotsky afirma que,
[...] o aprendizado desperta vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com seus companheiros. Uma vez internalizados, esses processos tornam-se parte das aquisições do desenvolvimento independente da criança (VYGOTSKY, 2007 p. 101)
Embora já esteja bem documentada na literatura a importância da aprendizagem de uma segunda língua na infância, raramente vemos a Língua Brasileira de Sinais (Libras) sendo utilizada como segunda opção para crianças ouvintes. Paralelamente, há um crescente número de estudos internacionais que revelam as vantagens especiais do aprendizado de línguas de sinais por pessoas sem deficiência auditiva.
Ao ensinar a Língua de Sinais para crianças pretendemos oferecer a elas não somente as vantagens e os benefícios comprovados em pesquisas internacionais, mas de promover a Libras, de aprender sobre a cultura surda e, sobretudo, a possibilidade de poder se comunicar com seus pares diferentes valorizando a diversidade desde a educação infantil.
Considera-se que há algum tempo o ensino da Libras para ouvintes tem ocorrido em escolas de surdos com o objetivo principal de ensinar os familiares a se comunicarem com os surdos. No entanto, com o Decreto nº 5.626/05, a Libras surge como componente curricular obrigatório nos cursos de formação de professores e fonoaudiólogos, e opcional para outros cursos de nível superior. Esta regulamentação, ocorrida através deste decreto, apresenta-se como alavanca na constituição de cursos e materiais didáticos no ensino da Libras para ouvintes.
Assim, para pensar em uma aprendizagem efetiva da língua de sinais por pessoas ouvintes é importante que estes mantenham contato com sujeitos surdos de maneira a praticar aquilo que aprenderam. Com isso, o processo de significação da utilização da Libras acontece quando se tem um contexto favorável, através do contato com a comunidade surda.
O processo de aquisição da língua de sinais como segunda língua por ouvintes deve se fundamentar no intuito de priorizar o ensino de sinais de forma contextualizada, buscando o sentido da palavra atribuído em cada contexto. Durante este processo torna-se possível perceber as especificidades da Língua Portuguesa e da Libras, atuando no campo das diferenças e também das semelhanças.





3. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
3.1 TEMA:  LIBRAS, ALFABETIZAÇÃO E INCLUSÃO.
3.2 JUSTIFICATIVA
A Língua é fator importante da identidade da pessoa. Os pais e as pessoas que convivem com as crianças ouvintes lhes garantem a aquisição e o desenvolvimento natural de uma língua. A criança ouvinte através da audição desenvolve sua fala.
A aquisição natural de uma primeira língua favorece situações de aprendizagem em todos os meios, na família, na escola. Enquanto a criança ouvinte esta se beneficiando de todas as formas de comunicação oral, das trocas com as pessoas e com o ambiente, a criança surda apresenta um atraso em seu desenvolvimento a ponto de se pensar que ela tem um comprometimento mental ou alguma doença, crianças surdas sempre estarão em desvantagem quando procurarem aprender a língua falada em geral. Este e o efeito mais incapacitante da surdez, uma diferença na aquisição da língua falada. Mas o desenvolvimento cognitivo das crianças surdas não precisa depender de seu desempenho na língua oral. Com o uso da língua de sinais podem desenvolver normalmente suas inteligências para poderem levar vidas produtivas, autossuficientes, desenvolvendo uma autoimagem positiva e gozar do respeito de seus pares.
A língua de sinais implica em que o surdo tenha mais rápido contato com a representação de sua identidade.
Se nós ouvintes considerarmos a surdez uma diferença, ao invés de uma deficiência, se as ajudássemos a desenvolver os recursos necessários para substituir a audição pela visão, o mundo das pessoas surdas será diferente. Será um mundo também diferente para as pessoas ouvintes.
O projeto que propomos é o do bilinguismo não somente para o surdo, mas também tornando necessário o aprendizado do ouvinte na linguagem dos sinais. Partimos do conhecimento de que as Línguas de Sinais são as verdadeiras línguas maternas dos surdos.
Este projeto vai ajudar e possibilitar ao surdo a apreensão do mundo exterior dando-lhe condições para entendê-lo e posicionar-se criticamente perante os outros, tornando-se um agente transformador na sociedade.

3.3 OBJETIVOS
Objetivo geral
O projeto foi elaborado com o propósito de melhorar as interações da turma com o aluno surdo e, proporcionar aos alunos ouvintes a aprendizagem de uma segunda língua. Além disso, o ensino da LIBRAS teve o objetivo de sensibilizar os alunos quanto as diferenças e incentivá-los a utilizar a LIBRAS no cotidiano da turma.
Objetivos específicos
·         Conhecer a importância da língua em LIBRAS para a inclusão do surdo na sociedade;
·         Desenvolver o espírito de cidadania;
·         Aguçar a curiosidade dos alunos e o gosto em aprender a ler uma língua diferente;
·         Oportunizar o fortalecimento da autoestima e construção da identidade e autonomia.
3.4 CONTEÚDOS
- Alfabeto e Números;
- Hino de Girau em Libras e o Hino Nacional.
- Cumprimentos;
- Diálogos simples do dia a dia;
- Cores;
- Material escolar;
- Disciplinas;
- Animais;
- Contos, fábulas e cantigas;
- Pronome;
- Substantivo;
- Adjetivos;
- Verbos.
  3.5 METODOLOGIA
As aulas serão ministradas pela interprete professora Nésia Bezerra e a professora Daniela Magalhães Militão, sendo a primeira parte um momento sobre a comunidade surda, aspectos linguísticos e gramática da Libras, a segunda para o ensino de sinais divididos por tema/assunto e a terceira em criação de diálogos, dinâmicas e em atividades  que exigiam memorização, como os Hinos de Girau do Ponciano e o Nacional.

3.6 TEMPO PARA AREALIZAÇÃO DO PROJETO:  4 Meses

3.7 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
Recursos materiais: Imagens, cartazes, DVD,
Recursos Humanos: Professora: Daniela Magalhães Militão; Interprete: Nésia Bezerra


3.9 AVALIAÇÃO
O processo de avaliação será efetivado através da observação dos alunos durante as aulas, a participação nas diferentes tarefas e na motivação na execução de sinais quando proposto.
Até o presente momento os alunos participam efetivamente das aulas, além de todas apresentarem aspectos positivos de aprendizagem. Observa-se que a maioria dos alunos aproximou dos surdos, confirmando a hipótese que a língua é uma barreira na comunicação.






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e dá outras providências.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto nº 5.626, de 22 de Dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo. 7ª Ed. Martins Fontes. 2007.



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