ESCOLA
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA VEREADOR ANTÔNIO ALVES
PROFESSORA:
DANIELA MAGALHÃES MILITÃO
INTERPRETE:
NÉSIA BEZERRA
LIBRAS, ALFABETIZAÇÃO E INCLUSÃO.
GIRAU DO PONCIANO – AL, 28 DE AGOSTO DE 2017.
MILITÃO,
Daniela Magalhães, LIBRAS, ALFABETIZAÇÃO
E INCLUSÃO. 2017. Projeto de inclusão. Escola Municipal de Educação Básica
Vereador Antônio Alves. Girau do Ponciano – AL, 2017.
RESUMO
É através da linguagem que as pessoas interagem, dessa
forma, é correto afirmar que a inclusão de crianças com necessidades
educacionais especiais auditivas na escola regular, muitas vezes, encontra
obstáculos. Assim, para que ocorra a inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais auditivas na escola regular, é importante privilegiar os
processos comunicativos dentro desse contexto. Este projeto apresenta o ensino
da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS aos alunos ouvintes de uma classe
regular do ensino fundamental I, 5º ano, EMEB Vereador Antônio Alves,
pretendendo-se a divulgação da língua, a fim de promover a inclusão e a permanência
de alunos surdos na escola regular, de modo a assegurar a preparação dos alunos
surdos para sua inclusão na sociedade. Constatou-se a importância do
aprendizado da LIBRAS, para a inclusão do surdo, como também para ampliar a
aquisição de conhecimentos e possibilitar a troca de informações entre todos os
participantes do processo inclusivo.
Palavras-chave: LIBRAS - INCLUSÃO.
SUMARIO
3 PROCESSO DE
DESENVOLVIMENTO....... 7
3.3 OBJETIVOS ..........................................................................................................
8
3.4 CONTEÚDOS .......................................................................................................
8
3.5 METODOLOGIA ...................................................................................................
9
3.6 TEMPO PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO.........................................
9
3.7 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS ..............................................................
9
3.8 AVALIAÇÃO
.........................................................................................................
9
REFERÊNCIAS
..........................................................................................................14
INTRODUÇÃO
Este projeto, elaborado e realizado em uma turma
de 5º ano, na Escola Municipal Educação Básica Vereador Antônio Alves, Rede
Municipal de Girau do Ponciano, estado de Alagoas. O grupo de alunos, com a
faixa de idade entre 10 e 12 anos, tem um aluno surdo incluído. A criança surda
é acompanhada por uma interprete de LIBRAS, porém tinha dificuldade de
interação com os outros alunos da turma por utilizar uma língua diferente. Em
contrapartida, o contato com a criança surda e a presença da interprete de
LIBRAS na sala despertou nos alunos ouvintes grande interesse em aprender a
LIBRAS. A partir dessas constatações foi criado um projeto de ensino de LIBRAS,
como segunda língua, para as crianças ouvintes. o
objetivo desse projeto é ensinar Libras alfabetizando e ao mesmo tempo
incluindo, também demonstrar que é possível a aprendizagem de crianças
ouvintes, apresentar de forma prática a comunicação de surdos e auxilia-los na
conquista da sua autonomia juntamente no processo de ensino-aprendizagem e enriquecer
a literatura sobre surdos e sua comunicação.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Lei 10.436/2002, regulamentada pelo decreto
5.626/2005:
Art. 15, a educação do aluno Surdo, deve ser
feito em LIBRAS e a modalidade escrita [...] como segunda língua para alunos
Surdos, devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica, funcional e
instrumental.
A inclusão do aluno surdo na escola regular
deve contemplar mudanças no sistema educacional e uma adaptação no currículo
com alterações nas formas de ensino, metodologias adequadas e avaliação que
condiz com as necessidades do aluno Surdo; requer também elaboração de
trabalhos que promovam à interação em grupos na sala de aula e espaço físico
adequado a circulação de todos (Frias 2010, p.13). O aluno surdo estando na
escola cabe ao professor e a escola criar condições para que esse aluno se
desenvolva e tenha oportunidades iguais aos alunos ouvintes, mesmo que existam
desafios.
O
Bilinguismo é uma proposta de metodologia de ensino que torna acessíveis duas
línguas no contexto escolar. A língua portuguesa deve ser instrumental,
ensinada como segunda língua, tendo o intuito de propiciar ao aluno Surdo
habilidades de leitura e escrita (FREIRE, 1998). O bilinguismo como proposta
pedagógica, provoca mudanças no sistema político educacional visando uma
aprendizagem e desenvolvimento pleno do Surdo.
Justificado esta proposta pela necessidade de
se buscar uma educação igualitária, favorecendo o aluno acesso aos conteúdos
escolares.
Vygotsky afirma que,
[...] o aprendizado desperta vários processos internos de
desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a criança interage
com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com seus companheiros. Uma
vez internalizados, esses processos tornam-se parte das aquisições do
desenvolvimento independente da criança (VYGOTSKY, 2007 p. 101)
Embora já esteja bem documentada na
literatura a importância da aprendizagem de uma segunda língua na infância,
raramente vemos a Língua Brasileira de Sinais (Libras) sendo utilizada como
segunda opção para crianças ouvintes. Paralelamente, há um crescente número de
estudos internacionais que revelam as vantagens especiais do aprendizado de
línguas de sinais por pessoas sem deficiência auditiva.
Ao ensinar a Língua de Sinais para crianças
pretendemos oferecer a elas não somente as vantagens e os benefícios comprovados
em pesquisas internacionais, mas de promover a Libras, de aprender sobre a
cultura surda e, sobretudo, a possibilidade de poder se comunicar com seus
pares diferentes valorizando a diversidade desde a educação infantil.
Considera-se que há algum tempo o ensino da
Libras para ouvintes tem ocorrido em escolas de surdos com o objetivo principal
de ensinar os familiares a se comunicarem com os surdos. No entanto, com o
Decreto nº 5.626/05, a Libras surge como componente curricular obrigatório nos
cursos de formação de professores e fonoaudiólogos, e opcional para outros
cursos de nível superior. Esta regulamentação, ocorrida através deste decreto,
apresenta-se como alavanca na constituição de cursos e materiais didáticos no
ensino da Libras para ouvintes.
Assim, para pensar em uma aprendizagem
efetiva da língua de sinais por pessoas ouvintes é importante que estes
mantenham contato com sujeitos surdos de maneira a praticar aquilo que
aprenderam. Com isso, o processo de significação da utilização da Libras
acontece quando se tem um contexto favorável, através do contato com a
comunidade surda.
O processo de aquisição da língua de sinais
como segunda língua por ouvintes deve se fundamentar no intuito de priorizar o
ensino de sinais de forma contextualizada, buscando o sentido da palavra
atribuído em cada contexto. Durante este processo torna-se possível perceber as
especificidades da Língua Portuguesa e da Libras, atuando no campo das diferenças
e também das semelhanças.
3. PROCESSO DE
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
3.1
TEMA: LIBRAS, ALFABETIZAÇÃO E INCLUSÃO.
3.2
JUSTIFICATIVA
A
Língua é fator importante da identidade da pessoa. Os pais e as pessoas que
convivem com as crianças ouvintes lhes garantem a aquisição e o desenvolvimento
natural de uma língua. A criança ouvinte através da audição desenvolve sua
fala.
A
aquisição natural de uma primeira língua favorece situações de aprendizagem em
todos os meios, na família, na escola. Enquanto a criança ouvinte esta se
beneficiando de todas as formas de comunicação oral, das trocas com as pessoas
e com o ambiente, a criança surda apresenta um atraso em seu desenvolvimento a
ponto de se pensar que ela tem um comprometimento mental ou alguma doença, crianças
surdas sempre estarão em desvantagem quando procurarem aprender a língua falada
em geral. Este e o efeito mais incapacitante da surdez, uma diferença na
aquisição da língua falada. Mas o desenvolvimento cognitivo das crianças surdas
não precisa depender de seu desempenho na língua oral. Com o uso da língua de
sinais podem desenvolver normalmente suas inteligências para poderem levar
vidas produtivas, autossuficientes, desenvolvendo uma autoimagem positiva e
gozar do respeito de seus pares.
A
língua de sinais implica em que o surdo tenha mais rápido contato com a representação
de sua identidade.
Se
nós ouvintes considerarmos a surdez uma diferença, ao invés de uma deficiência,
se as ajudássemos a desenvolver os recursos necessários para substituir a audição
pela visão, o mundo das pessoas surdas será diferente. Será um mundo também
diferente para as pessoas ouvintes.
O
projeto que propomos é o do bilinguismo não somente para o surdo, mas também
tornando necessário o aprendizado do ouvinte na linguagem dos sinais. Partimos
do conhecimento de que as Línguas de Sinais são as verdadeiras línguas maternas
dos surdos.
Este projeto vai ajudar e possibilitar ao
surdo a apreensão do mundo exterior dando-lhe condições para entendê-lo e
posicionar-se criticamente perante os outros, tornando-se um
agente transformador na sociedade.
3.3
OBJETIVOS
Objetivo
geral
O projeto foi elaborado com o propósito de
melhorar as interações da turma com o aluno surdo e, proporcionar aos alunos
ouvintes a aprendizagem de uma segunda língua. Além disso, o ensino da LIBRAS
teve o objetivo de sensibilizar os alunos quanto as diferenças e incentivá-los
a utilizar a LIBRAS no cotidiano da turma.
Objetivos
específicos
·
Conhecer a
importância da língua em LIBRAS para a inclusão do surdo na sociedade;
·
Desenvolver o
espírito de cidadania;
·
Aguçar a curiosidade
dos alunos e o gosto em aprender a ler uma língua diferente;
·
Oportunizar o
fortalecimento da autoestima e construção da identidade e autonomia.
3.4 CONTEÚDOS
- Alfabeto e Números;
- Hino de Girau em Libras e o Hino Nacional.
- Cumprimentos;
-
Diálogos simples do dia a dia;
-
Cores;
-
Material escolar;
-
Disciplinas;
-
Animais;
-
Contos, fábulas e cantigas;
-
Pronome;
-
Substantivo;
-
Adjetivos;
-
Verbos.
3.5 METODOLOGIA
As aulas serão ministradas pela interprete
professora Nésia Bezerra e a professora Daniela
Magalhães Militão, sendo a primeira parte um momento sobre a comunidade surda,
aspectos linguísticos e gramática da Libras, a segunda para o ensino de sinais
divididos por tema/assunto e a terceira em criação de diálogos, dinâmicas e em
atividades que exigiam memorização, como
os Hinos de Girau do Ponciano e o Nacional.
3.6
TEMPO PARA AREALIZAÇÃO DO PROJETO: 4
Meses
3.7
RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
Recursos
materiais: Imagens, cartazes, DVD,
Recursos
Humanos: Professora: Daniela Magalhães Militão; Interprete: Nésia Bezerra
3.9
AVALIAÇÃO
O processo de avaliação será efetivado
através da observação dos alunos durante as aulas, a participação nas
diferentes tarefas e na motivação na execução de sinais quando proposto.
Até
o presente momento os alunos participam efetivamente das aulas, além de todas apresentarem
aspectos positivos de aprendizagem. Observa-se que a maioria dos alunos
aproximou dos surdos, confirmando a hipótese que a língua é uma barreira na
comunicação.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei nº 10.436, de 24
de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e dá
outras providências.
______.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto nº 5.626, de
22 de Dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002.
VYGOTSKY, L.S. A
formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos
superiores. São
Paulo. 7ª Ed. Martins Fontes. 2007.
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